Uma dedicatória à Liberdade!
Liberdade!
Hoje é a ti que dedico estas palavras!
Quanta saudade sinto de te ter!
De saír à rua e poder festejar;
De estar em família e poder celebrar.
Quando nasci, já eras direito adquirido.
Não tive que lutar por ti,
porque outros antes já o tinham conseguido.
Desde cedo aprendi o teu valor.
Os mais velhos contam que antes a vida era muito difícil e triste!
Quase não se podia saír nem festejar,
Conviver, nem celebrar!
O meu pai fala-me dos tempos de contrabando.
E eu estremeço, só de imaginar!
Na mesa havia muito pouco para comer.
Tinham que ir à "luta" para sobreviver!
Ouço sempre com muito entusiasmo
as pessoas que viveram esse dia mágico da revolução.
As músicas de Abril ressoam em mim,
como os cravos vermelhos nas lapelas.
E as lágrimas caem de emoção,
como se fosse também minha a história delas.
Que valente foi essa gente
Que te trouxe de volta para nós, Liberdade!
Mas, onde te escondes agora?
Porque hoje ficamos a ver-te celebrar no ecrã!
Não saímos à rua, nem festejámos.
Não estivemos em família, nem celebrámos!
Não demos abraços, nem comemorámos!
Acho que passavas tão despercebida, que nem dávamos por ti!
Deves-te ter sentido desvalorizada e decidiste dar um tempo.
Como te entendo!
Mas está tudo bem.
Vamos continuar aqui até regressares, está bem?
Quando voltares, mandas um "whatsapp"?
MST
Foto by MST: Dias felizes do último Verão, de passagem pela vila de Grândola!